segunda-feira, maio 07, 2007

RAPOSEIRA VAI TER MUSEU DO ESPUMANTE

As Caves Raposeira, a mais antiga e maior empresa de espumante nacional, vai criar um museu do espumante nas suas instalações. O mote é o de aproveitar os equipamentos artesanais da empresa, alguns dos quais datam dos finais do século XIX, para dar a conhecer o processo de fabrico do vinho espumante. Uma iniciativa que se insere num projecto mais vasto de devolver às Caves Raposeira a credibilidade e o esplendor perdidos em duas décadas para a multinacional canadiana Seagram.

Não há lar em Portugal onde o nome Raposeira não seja sinónimo de festa. Seja de aniversário, de casamento ou de baptizado. Aliás, esse é um dos grandes pontos fracos do espumante... a sua associação a momentos festivos, o que concede um cariz excessivamente sazonal às vendas.

Ao contrário do champanhe, cujo método de produção é repetido, na perfeição, para dar origem ao espumante (só o vinho produzido na região demarcada de Champagne, em França, pode usar essa designação), e do vinho cava (o espumante espanhol da região da Catalunha). "Em Champagne quase não se vendem vinhos tintos ou brancos. As pessoas acompanham uma refeição completa com champanhe e na Catalunha é o mesmo. À noite, em tudo quanto é espaço, seja tabernas, bares ou restaurantes, há cava a flute ou a copo", garante Orlando Lourenço, administrador da Raposeira e da Murganheira.

Em Portugal, há ainda um longo caminho a percorrer na educação do consumidor para o consumo regular de espumante. Isto apesar das muitas iniciativas de promoção e educação que as duas empresas tentam fazer junto dos restaurantes e hotéis no sentido de que o espumante seja sugerido ao cliente como aperitivo, no início da refeição, ou mesmo acompanhando-a do princípio ao fim.Aprender com os espanhóisMas Orlando Lourenço reconhece que ainda temos muito a aprender com os nossos vizinhos espanhóis. Basta ver que das 2,4 milhões de garrafas de espumante Raposeira e 1,2 milhões de Murganheira vendidas anualmente, só uma percentagem muito pequena, da ordem dos 10 a 15%, se destina aos mercados externos. "A Catalunha tem sete milhões de habitantes, produz 280 milhões de garrafas de vinho cava por ano e consegue exportar 175 milhões de garrafas. É o maior exportador de espumante do mundo, enquanto nós, em Portugal, não conseguimos sequer que se consumam 10 milhões de garrafas por ano", queixa-se este responsável.

A nível interno, a diferença está no facto de os espanhóis terem conseguido dar ao cava a designação de "bebida nacional", diz Orlando Lourenço. E a nível externo? "Não conseguimos ser competitivos a nível de preço, nomeadamente porque eles têm factores de produção mais baratos do que os nossos, porque recebem ajudas à exportação dos governos autonómicos e porque fazem prevalecer a legislação nacional à comunitária", assegura. Veja-se o caso dos vinhos Asti italianos. "Aparecem no mercado com 6,5 e 7 graus quando a legislação obriga a que os espumantes tenham de ter mais de 12 graus de álcool. É difícil concorrer assim", sublinha Orlando Lourenço.

Isto já para não falar dos "tiros no pé" do sector da restauração. "Em Portugal, uma garrafa de espumante custa num restaurante 400% mais do que na origem, quando na Catalunha os produtores conseguiram acordos com a associação de restauração para que sejam praticadas, no máximo, margens de lucro de 30 a 35%. É fácil encontrar uma boa garrafa de cava por sete, oito ou dez euros na Catalunha, enquanto em Portugal encomendar um topo de gama da Raposeira ou da Murganheira é uma tragédia para o bolso do consumidor", critica. E a verdade é que a Murganheira desenvolveu, inclusive, uma rolha especial para favorecer a venda de espumante a copo nos restaurantes.

Mas nem assim. "Se se abre uma garrafa de espumante num restaurante, todos se viram para ver se alguém está a fazer anos", constata Orlando Lourenço.Apesar disso, a verdade é que um longo caminho foi já percorrido e a Murganheira conseguiu libertar-se um pouco dessa associação aos momentos festivos. Não só conseguiu que cerca de 40% das vendas sejam realizadas no decorrer do primeiro semestre, como conseguiu fazer subir a fasquia no tipo de venda. "Aproximadamente metade do que vendemos é dos vários tipos de espumante bruto, sem dúvida o mais aproximado ao champanhe", reconhece o administrador da empresa. Na Raposeira, há ainda um longo caminho a percorrer, já que os brutos não representam mais de 15% das vendas.

A Raposeira é líder de mercado em quantidade, mas à Murganheira compete uma certa liderança no domínio da qualidade, apresentando produtos 20 a 25% mais caros. A empresa aposta também em tempos de estágio três a quatro vezes superiores aos definidos por lei e tem uma propriedade de 25 hectares onde plantou castas específicas do champanhe, designadamente pinot noir e chardonay, para além das castas tradicionais do Douro, como a malvasia fina, a touriga nacional e a tinta roriz, entre outras. Aliás, o que Orlando Lourenço sabe sobre o bem fazer do espumante aprendeu-o na sua formação na Station Oenotechnique de Champagne.

Sendo certo que a Raposeira sempre teve milhares de visitantes, por tradição, o museu, com abertura prevista para 2008, servirá para potenciar ainda mais essa componente. Mas esta área vai ser reforçada com um projecto na área do turismo e da vinoterapia, com um grande hotel e um espaço multiusos para festas e recepções. O projecto é do arquitecto Capinha Lopes e envolve um investimento de "alguns milhões de euros". "Estamos a ver como é que o mercado responde. Não queremos caminhar depressa de mais". FONTE: DIÁRIO DE NOTÍCIAS

6 comentários:

Anónimo disse...

Mas então? como é possivél o Prf. Orlando, conjugar a CASA DO PAÇO em Dalvares-Tarouca, na qual a ele quem manda ...colocando o Dr.(da mula russa)Mário, presidente da Câmara de Taouca, em 2º. plano?
com aquele museu?
O Prf.Orlando já nos acustomou é umas determinadas babuseiras.
Estará o Prf. Orlando mandatádo pelos accionistas das Caves da Raposeira para ali instalar o museudo chanpanhe?
Exiba a acta da Assembleia de Accionistas, para que os Lamecenses fiquem contentes com tal feito

Anónimo disse...

Este Museu é mais uma grande vitória do Senhor Presidente Francisco Lopes.

Anónimo disse...

No minimo, o xico que ponha os olhos no que é empreender

Anónimo disse...

Ainda não percebi bem qual é o papel do Prof? Lourenço.Está com deus e com o diabo.
Protege o PINTO CALOTES depois diz mal dele; Protege o Arlindo . A Igreja, O Vasco Lima os comunistas etc.

Anónimo disse...

Realmente nunca se soube se ele era carne ou peixe.
O que é certo é que ele se dá bem, com a pior espécie como sejam os atrás mencionados.

Que dizer destas posições ??????????

Anónimo disse...

Isto é um assunto que não deve merecer qualquer atenção dos lamecenses.