Mais de 1,5 milhões de euros é quanto a Câmara de Lamego vai investir na requalificação de vários edifícios existentes no Bairro do Castelo, começando assim uma intervenção que visa "dar nova vida àquela zona, com espaços museológicos, mas também serviços, comércio e actividades ligadas ao turismo", avançou, ao JN, o presidente da autarquia, Francisco Lopes.
Numa primeira fase, são seis os edifícios que vão ser intervencionados, a começar pelo próprio castelo e pela casa da torre, que funcionou como câmara municipal até 1860, assim como a cisterna e a residência do primeiro bispo de Lamego. O autarca espera candidatar as obras a verbas do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), "como projecto independente", e considera "haver boas perspectivas de vir a ser apoiado", referiu. Os projectos estarão prontos em Junho, mas ainda não há calendarização para as obras. Francisco Lopes falava à margem das comemorações do Dia Nacional dos Municípios com Centro Histórico.
José Miguel Noras, secretário-geral da associação, recordou que é fundamental recuperar os espaços sem destruir as suas raízes. "Este projecto de recuperação dos edifícios públicos do bairro do castelo de Lamego, enquadra-se na nossa lógica de combinar o que é histórico com a evolução", afirmou Noras. O secretário-geral acrescentou que "o objectivo passa por preservar para a vida e para as pessoas porque está em causa não só o interesse museológico e arqueológico, mas também a reutilização dos espaços, preservando aquilo a 'Poesia das Raízes', que em Lamego está bem presente". Não podemos, disse ainda Noras, "continuar a fechar os olhos por todo o país onde há dezenas de milhares de casas abandonadas, e ter situações como em Lisboa, onde na baixa pombalina vivem apenas 18 casais".
Francisco Lopes espera que, no caso do seu município, "seja possível, futuramente, aumentar o número de residentes no bairro, que actualmente se cifra em 160 pessoas". FONTE: JN